A bateria é um conjunto de tambores (de diversos tamanhos e timbres) e de pratos colocados de forma conveniente com a intenção de serem percurtidos por um único músico, denominado baterista,
geralmente, com o auxílio de um par de baquetas, vassourinhas ou bilros, embora no caso de alguns executantes,
possam também ser usadas as próprias mãos.]
História
O conjunto de instrumentos é geralmente
usado nos estilos musicais jazz, hip-hop, rock e pop entre outros, tendo sido componente essencial da música
contemporânea desde os década de 20 até ao surgimento da percussão eletrônica, quando se deu o
aparecimento das primeiras baterias
eletrônicas.
Baterista de uma banda de dança de 1935.
No começo dos anos 1900, bandas e orquestras tinham de dois a três percussionistas cada. Um tocava o bumbo, outro tocava a caixa e o outro tocava os blocos de madeira e fazia os efeitos sonoros. O desenvolvimento do pedal possibilitou que uma mesma pessoa executasse todas estas funções.
O primeiro pedal prático foi inventado
em 1910. William F. Ludwig, que criou o primeiro modelo
de madeira e logo depois, com o aumento da procura, passou a desenvolver junto
com seu cunhado, Robert Danly, o modelo do pedal em aço que foi vendido para
milhares de bateristas e serviu de base para criação dos modelos mais avançados
que temos hoje.
Outra invenção aparentemente simples
que possibilitou o surgimento da bateria foi a estante para caixa, que antes os
bateristas usavam cadeiras para apóia-las ou penduravam nos ombros com uso de correias.
Uma vez que pedais e suportes para
caixas práticos se tornaram disponíveis, um único baterista poderia executar o
trabalho antes feito por três. A peça mais nova que fez parte do kit básico da
bateria foi o hi-hatque apareceu na década
de 40. É uma peça que utiliza dois pratos de choque, acionados com o
pé. No jazz, ela tinha a função de marcar o contratempo nas pulsações ritmicas,
motivo pelo qual, em alguns lugares, esta peça também é denominada de contratempo . E assim foi nascendo a bateria – ou trap set, como foi chamada inicialmente.
Nos anos 80, alguns
fabricantes, tais como Simmons, Yamaha, Roland entre outros, criaram baterias eletrônicas que, além de sons
pré-gravados, podiam também funcionar como samplers, gravando sons que
depois são executados sempre que o instrumento é percutido.
Hoje, em evolução constante, a bateria
recebe cada vez mais atenção de fábricas e engenheiros, que pesquisam junto aos
bateristas para desenvolver o melhor modelo de cascos, baquetas, ferragens e
pratos. As inúmeras fábricas crescem a cada dia no mundo e no Brasil e nós como
admiradores desse instrumento devemos estar atualizados com essa evolução,
buscando a cada dia conhecer mais o instrumento. Entre as marcas que fizeram história
no Brasil incluem-se a Pingüim e a Gope (anos 60 e 70) e a Odery que hoje é considerada uma das melhores
baterias no mundo, tendo seu início como uma Handmade (feita a mão). Com o
surgimento de novas tecnologias e a importação de ferragens e acessórios, novas
fábricas na década de 1980 começam a fabricar somente os cascos em cedro, marfim e bapeva utilizando-se de
ferragens americanas como a Luthier, RMV e Fischer. Incluem-se várias firmas de
acessórios como a Ziltannam e a Octagon (pratos), C.Ibanez e a Liverpool (baquetas), RMV, a Remo e Luen (peles sintéticas),Rock Bag (cases e bags).
Mundialmente, marcas como DW, Tama,
Pearl, Ludwig, Sonor, Yamaha, Premier, dentre outras, são líderes na fabricação
das melhores baterias e ferragens. Para citar os melhores pratos, seja
processos utilizados e ligas, podemos enumerar Zildjian, Sabian,
Paiste e Meinl.
Constituição
Um kit completo equipado com microfones para
apresentações ao vivo.
Seu peso varia de 40 a 70 kg. Não
existe um padrão exato sobre como deve ser montado o conjunto dos elementos de
uma bateria sendo que, o estilo musical é por muitos indicado como uma das maiores influências perante o baterista no que respeita à disposição dos elementos, sendo
que, a preferência pessoal do músico ou as suas condições financeiras ou
logísticas;
§ Um surdo (designado também por tímbalo de chão ou timbalão
de chão em Portugal).
Pratos
§ Um chimbal (par de pratos de choque em Portugal, ou hi-hat, em inglês),
acionados por meio de um pedal;
§ Um prato de condução (também conhecido pela designação em inglês ride ou swish), apoiado num suporte geralmente em forma de tripé;
§ Um ou mais pratos
de ataque (os três tipos mais usados, com a
designação em inglês: crash, splash e china), apoiados em
suportes idênticos aos do prato
de condução, colocados ao lado dos outros elementos.
A adição de tom-tons, vários pratos, pandeirolas, gongos,
blocos de madeira, canecas, almofadas (pads)
eletrônicas devidamente ligadas a samplers, ou qualquer outro
acessório de percussão (ou não) podem também fazer parte de algumas baterias,
de forma a serem produzidos diversos sons que se encontrem mais de acordo com o
gosto pessoal dos músicos.
Alguns bateristas, tais como Neil Peart ou Terry Bozzio,
elaboraram conjuntos de bateria fora do normal, utilizando-se de diversos
elementos, tais como rototós, bidões, gongos ou tom-tons afinados em correspondência com notas musicais,
possibilitando ao baterista, para além da execussão rítmica, contribuir melodicamente
para a música. A década de 80 foi prolífica no surgimento destes
conjuntos fora do normal, apreciados pelos amantes da bateria, um pouco por
todo o mundo.
Materiais de construção
De uma forma geral, os tambores das baterias são construídas em madeiras seleccionadas, podendo também encontrar-se elementos construídos à base
de plásticos, metais e/ou outras ligas.
Diversos fabricantes têm efectuado
diversas experiências de forma a obter os melhores sons a partir da madeira,
tendo concluído que o mogno, a bétula e o plátano produzem as madeiras mais aceitas para a construção destes instrumentos.
Já em relação às tarolas (caixas), as ligas metálicas baseadas em aço, latão ou cobre são as preferências
dos modelos de entrada de gama, embora os modelos fabricados em madeira de
bétula e plátano tenham melhor aceitação nos modelos de topo de gama.
No Brasil, apesar de um certo atraso em
relação aos produtos americanos e europeus, desde a década de 60 há indícios da
fabricação de baterias pré-montáveis. Originalmente usava-se o Cedro como
material para a produção de cascos e casualmente o Pau-marfim. Hoje a indústria
brasileira já inova neste conceito utilizando madeiras certificadas como a
Bapeva que é uma madeira com o dobro de densidade do Maple americano (o mais
utilizado para a produção de cascos de bateria), ou seja, mais dura e mais
resistente.
Bateria Eletrônica
Uma bateria eletrônica.
Uma bateria
eletrônica é geralmente formada por um conjunto de pads montados sobre um rack numa disposição similar à de uma
bateria acústica. Os pads são discos com uma
superfície de borracha ou tecido que simulam os tambores de uma bateria. Cada pad possui um ou mais sensores que geram
sinais elétricos quando percutidos. O sinal
elétrico é transmitido através de cabos até um módulo eletrônico, que produz o
som associado ao pad em questão.
Diz-se que a primeira
bateria eletrônica foi criada por Graeme Edge, baterista da banda The
Moody Blues, com a colaboração do professor Brian Groves da
Universidade de Sussex. O dispositivo foi usado na música 'Procession', do
álbum 'Every Good Boy Deserves Favor' de 1971.
A primeira bateria
eletrônica comercial foi a Syndrum Pollard, criada pela Pollard Industries em
1976. Ela era formada por um módulo eletrônico e um ou mais tambores. Ela
rapidamente chamou a atenção de muitos bateristas famosos como Carmine
Appice e Terry Bozzio. Mas o
Syndrum foi um fracasso financeiro e levou a empresa à ruína em poucos anos.
Postura do músico
O baterista toca no
instrumento sentado sobre um banco, de forma a manter a caixa entre as pernas que deverão ficar por isso ligeiramente abertas. No caso
de bateristas destros, o pé esquerdo assentará sobre o pedal
do chimbal e o direito sobre o do bumbo, sendo que, muitos bateristas canhotos adaptam uma postura simétrica a esta.
Alguns bateristas
usam um segundo bumbo, ou um pedal duplo,
percutido através do pé que geralmente acciona o chimbal, sendo necessário o
uso de algumas técnicas adicionais, de forma a conseguir manter a coordenação
entre os diferentes ritmos musicais que a música eventualmente
possa exigir.
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